sábado, 5 de novembro de 2011

Um protesto ao Protestantismo

Por Felipe Heiderich



Segundo o dicionário Aurélio, protestar significa: “v. tr. 1. Prometer terminantemente, publicamente. 2. Afirmar solenemente. 3. Declarar formalmente que se tem uma coisa por ilegal”.
Com convicção, esses adjetivos estavam presentes e marcaram a história do século XVI onde, culminada com a ação de Martinho Lutero, a voz de inquietação e inconformidade veio à tona e ecoou. A sociedade estava corrompida. Os valores estavam corrompidos. A Igreja estava corrompida. O grito liberado da garganta foi transformado em 95 Teses afixadas por Lutero na Abadia de Wittenberg (Alemanha) em 31 de outubro de 1517, fundamentalmente “Contra o Comércio das Indulgências”. Movido em prol do esclarecimento da verdade, essa “revolução” foi apelidado de Protestantismo, pelo seu protesto contra aquilo que julgava ser incorreto.
Quase quinhentos anos se passaram. O mundo mudou. As pessoas mudaram. Os valores mudaram. A Igreja mudou. O final do século XX e o início do nosso século tem se mostrado como o período negro do movimento protestante. O período inquisitório da Idade Média foi menos prejudicial à Igreja do que o momento atual. No atual momento, os fiéis são ludibriados pelos seus líderes, mas não por terrenos no céu. O auge da Teologia da Prosperidade é marcado por escândalos financeiros nas igrejas, e a promessa de muitos, que enganados por uma falsa expectativa de fortuna na Terra, compram sua esperança de emergência financeira dando muitas vezes mais do que possuem.
Ora, se pudéssemos escolher um destes momentos como o “menos prejudicial”, não seria melhor aquele em que as pessoas eram enganadas por querer o Céu e não a Terra?
O Protestantismo atual está cada vez mais recuado. A invasão “mundana” conquista territórios dia após dia. Lobos furiosos, carreiristas, profissionais do púlpito, marqueteiros ardilosos e sutis dilapidam as Escrituras e destronam Cristo do centro da Igreja. O neo-evangelicalismo tornou o culto um produto de consumo, uma terapia de grupo bem remunerada. Há que ser erguer um protesto contra o protestantismo atual!
O ISMO deve ser abolido e o ANTE restaurado. ISMO indica uma relato que aconteceu, mas que virou história. ANTE indica ação a ser realizada no presente. ISMO mostra o que os outros foram e fizeram, ANTE declara a realidade do que somos e faremos. Pode-se ter sido fruto de um protestantISMO corrupto, mas se tornar aquele que grita e luta por ser um protestANTE que não se conforma com o cenário atual é o papel de cada um, porque, afinal, protestante tem que protestar.


Felipe Heiderich é graduado em Teologia pela Faculdade Teológica Seminário Unido, missionário, escritor, conferencista e pregador. Um mineiro morando no Rio de Janeiro, tendo artigos e estudos publicados www.felipeheiderich.com e as atividades missionárias, as quais se dedica de tempo integral de ação social http://amoraoproximohoje.blogspot.com/.


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